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Osep está fora da Santa Casa

17-10-2010 12:42

 O provedor da Santa Casa, Ciro Durighetto, explica a saída da Osep da Santa CasaOSVALDO CRUZ - A Organização Social Educacional Paulistana (Osep), que administrava a Santa Casa de Osvaldo Cruz desde junho deste ano, não está mais a frente do único hospital público da cidade. 


Na edição 794 (24 de setembro), o Jornal Cidade Aberta noticiou na coluna “Unha Encravada” que após uma reunião na promotoria ficou acordado que a Osep ficaria na cidade por mais 12 meses. Uma semana depois, o diretor-executivo da Ong, Querubim Faria e o provedor da Santa Casa, Ciro Durighetto, divergiram sobre a situação do pronto-socorro. 

Para Faria é viável para a Santa Casa manter o pronto-socorro; já Durighetto afirma o contrário. “Eu já provei por “a” mais “b” que não dá. Se ele (se referindo ao diretor executivo da Osep) provar para mim que é viável manter o pronto-socorro eu provo que não é”, disse Durighetto na última entrevista concedida ao JCA. 

Mesa decidiu pela saída da Ong 

Passado os 90 dias pedidos pela Osep para a apresentação de um balanço, uma comissão que foi montada pela mesa diretora da Santa Casa acompanhou durante uma semana o relatório da Ong. 

Na avaliação da comissão a situação do hospital não piorou e muito menos melhorou. “Se é para ficar na situação que estava, ficamos nós (mesa diretora)”, afirma Durighetto. 
O provedor da Santa Casa afirma que o erro na Osep foi estipular o prazo de três meses para que fosse apresentado o balanço dos primeiros trabalhos. “A Ong fez uma plenária dizendo que em 90 dias a Santa Casa estaria dando lucro e nós duvidamos”, lembrou. 

Além de não apresentar mudanças na administração a insatisfação de funcionários com a Osep também pesou na decisão. “Mexeram com funcionários na parte de enfermagem e as pessoas chegavam até mim, mas eu não tinha autonomia”, contou Durighetto. 

O provedor da Santa Casa ainda faz um alerta às prefeituras que eram as responsáveis por efetuar os pagamentos. “Já que tinha dinheiro para pagar a Ong, a gente espera que tenha dinheiro para que possamos continuar a tocar o hospital”, disse. 

Osep não quis assinar a rescisão 

Desde o dia 1° de setembro a Ong estava sem presidente, já que em reunião com o prefeito e com o provedor da Santa Casa a ex-presidente da Osep, Roseni de Souza, apresentou uma série de motivos para justificar sua saída da entidade. 

A partir daí, o diretor-executivo, Querubim Faria, ficou a frente dos trabalhos em Osvaldo Cruz. De acordo com Durighetto, no dia da rescisão contratual, no entanto, funcionários da Osep não queriam assinar o documento, já que Faria não estava na cidade. 

“No dia da notificação, que foi afeita através do nosso jurídico, eles não quiseram assinar o rompimento (de contrato) alegando uma cláusula de rescisão de 30 dias”, explicou. 

A cláusula, no entanto, não constava no contrato. “A Roseni já havia assinado um termo no contrato que qualquer uma das partes poderia romper a qualquer hora sem multa rescisória para ninguém”, salientou Durighetto. 

Osep já pensava em deixar a Santa Casa 

Sem muito clima para trabalhar, os próprios funcionários da Osep já cogitavam a rescisão de contrato com a Santa Casa de Osvaldo Cruz. “Para nós foi uma surpresa a tomada de decisão da mesa, mas como contratados entendemos a posição deles”, disse por telefone o diretor-executivo da Osep, Querubim Faria. 

O diretor contou que a resistência encontrada dentro da Santa Casa atrapalhou o andamento dos trabalhos. “Isso fez com que o nosso grupo cometesse grandes equívocos e quando tentamos retomar o caminho certo, já era tarde de mais”, lamentou Faria. 

O diretor conta ainda que a equipe da Osep estava passando por um desgaste emocional muito grande. “Na vida nós temos que trabalhar com prazer e quando começamos a nos violentar no trabalho precisamos ver o que está errado e foi isso que aconteceu com o nosso pessoal”, explicou Faria. 

Caso de polícia 

Na última sexta-feira, 8, a saída da Ong virou caso de polícia. Por volta das 12 horas uma comitiva da Osep esteve no 1° D.P onde registrou um boletim de ocorrência (B.O) alegando que a Ong foi “jogada para fora” da Santa Casa. 

Em seguida, representantes da mesa diretora do hospital também foram registrar um B.O. alegando quebra de contrato por parte da Osep e preservação de direitos. 

O diretor-executivo contradiz o provedor e afirma que o B.O. só foi feito porque a Osep não foi notificada da decisão. “Se eles (mesa da Santa Casa) tivessem nos notificados nós não iríamos questionar nada, até porque não viemos para tumultuar”, se defende Querubim.

 

POR: JORNAL CIDADE ABERTA

 

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